domingo, 8 de novembro de 2009

TEMOS OBSERVADO EM NOSSOS ESTÁGIOS QUE MUITOS PROFESSORES TEM SE EMPENHADO EM TRABALHAR PROJETOS DE LEITURA COM SEUS ALUNOS. ISTO É MUITO IMPORTANTE E LOUVÁVEL NA ESCOLA PÚBLICA, COM TODOS OS PROBLEMAS DE ESTRUTURA QUE JÁ PRESENCIAMOS. NO INTUITO DE PRESTIGIAR OS PROFESSORES QUE EMPENHAM TANTO NESTE ASPECTO. ESTAMOS OFERECENDO O NOSSO SELINHO,DE ANTE MÃO PARABÉNS A TODOS ELES.



sábado, 2 de maio de 2009

Eclética


Penso que quando falamos em cultura devemos ser ecléticos. Não quero dizer aceitar tudo o que aparece pela frente, mas saber selecionar e aproveitar as coisas boas que diferentes manifestações de cultura, literatura, música, artes e etc tem a nos oferecer. E é por ser um tanto quanto eclética e principalmente tentar experimentar coisas novas, resolvi ler os livros do Harry Potter por indicação do meu amigo Renato e do meu irmão, que são muito fãs das histórias. Já li três livros: Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry Potter e a Câmara Secreta e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkhaban e agora estou terminado Harry Potter e o Cálice de Fogo doidinha pra começar o próximo. Confesso que tinha muito preconceito por esses livros, aliás tudo que gera muito murmurinho acaba desviando minha atenção para o sentido oposto, mas no caso de Harry Potter confesso que é muito bom, bem melhor do que eu esperava e gostaria de dizer pra quem tem algum preconceito pelo livro que experimente a ler e quem procura um incentivo para gostar de literatura gostaria de aconsselhá-lo. A linguagem do livro é bem simples, e a história é bem lúdica o que nos leva a um mundo literalmente mágico e os personagens são apaixonantes. Eu acho uma história muito rica e carregada de elementos místicos. Resumindo Harry Potter é um ótimo entreterimento literário e creio que ajudaria bastante dentro de sala de aula como incentivo a leitura, principalmente àqueles alunos que tem uma certa aversão a leitura, já que trás um mundo jovem, com uma linguagem totalmente acessível e que vai fazer o aluno se identificar com pelo menos algum dos personagens.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Nossa Senhora do Ó

Nossa Senhora do Ó

Ana Luisa Macedo

Definida a primeira característica divina de Nossa Senhora (Maria) – a Imensidão, agora compete discorrer sobre a segunda característica divina atribuída a ela, a Eternidade. Ambas as propriedades citadas surgem no momento da concepção de Jesus, ou seja, quando o Anjo anuncia que Maria conterá em si o filho do Senhor. Logo, Maria passa a ter similaridade a Deus por possuir, a partir do momento da concepção, no seu ventre e coração, respectivamente, o Imenso e o Eterno que são atribuições divinas. Decorrente de tal relação de valores intrínsecos de Deus ao ser humano, Vieira buscará por meio das Escrituras, Citações de Teólogos e Patriarcas e da lógica provar a veracidade de suas afirmações. A construção de idéias de Vieira tem objetivo único e categórico de validar instruções para que a humanidade siga o comportamento de Maria, uma vez que durante todo o sermão há a tentativa de provar a significância de ter características de Deus.
Uma questão é proposta para iniciar a fundamentação da segunda característica de Maria, ou Nossa Senhora do Ó, que é o uso do símbolo “O”. Tal símbolo é rico em significados e é exaustivamente explorado pelo texto. O sentido primordial apontado é o de representar o Eterno, por não haver início nem fim, e assim também já representavam os egípcios em seus hieróglifos e os caldeus antes deles. Além dessa explicitação, podemos inserir a busca de um círculo como uma imagem de um valor divino no contexto das Grandes Navegações; o círculo mesmo sendo um elemento matemático é usado nesse texto teológico, pois o expansionismo territorial português alimenta a necessidade do crescimento tecnológico que por sua vez influência e até transforma as várias áreas do conhecimento daquela época. Sendo o Ó referente ao Eterno, nesse ponto será fixada a relação que dá origem a essa característica divina, ou seja, a expectação do parto gera o desejo e consequentemente a eternizará.
Uma breve explicação da formação do título de Nossa Senhora do Ó pode ser adquirida logo abaixo:

[...] Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. (in: SILVA, Pe. Martinho da Flores de Maria)

[...] Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (SANTA MARIA, Frei Agostinho de Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo. Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda (devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quando se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó.

Agora determinado as origens diversas do Ó, podemos nos ater a relação do desejo de Maria com o Eterno. O desejo inicia-se quando o Anjo anuncia a ela: Ecce concipies, et paries, ou seja, Vais conceber e parir. Porém o que ocorre é que Maria troca o Et (e) por Ó, o que de início demonstra a intensidade do desejo de Maria. E havia razão do Ó, que exprime tamanha intensidade como um suspiro, anteceder “paries”, pois expressa o desejo de ter Jesus consigo e não mais em si.
Maria como toda mulher grávida possui o desejo de ver o filho em seus braços, porém por ter sido escolhida para gerar o filho de Deus um atributo incomum lhe é inerente, a serenidade. Pois gradativamente ela deseja mais ter seu filho e era digno de tal fato gerar ansiedade. Mas mesmo seguindo em uma escalada ascendente que torna repetida a ação de desejar, tanto que o tempo de ocorrência passa a ser o instante – espaço de tempo imensurável -, Maria não se abala e reproduz o desejo mesmo inconsciente. A conseqüência dessa repetição forma o fenômeno da dilatação do tempo em Eterno. Nesse ponto é usada no Sermão a imagem das duas rodas com uma contida na outra, Vieira utiliza dessa imagem para demonstrar a roda do tempo (roda menor) encerrando-se na roda da Eternidade (roda maior) e o fator que representa Maria em uma futura imagem inversa, o tempo encerrando a Eternidade. Aqui, Maria é de fundamental significância por ter o elemento que torna possível transformar o tempo em Eterno, que é o desejo crescente de ter Jesus consigo. Utilizando da Progressão Geométrica – ou seja, uma seqüência de números na qual a razão de dois números multiplicada por outro número gera seu sucessor na seqüência -, Vieira demonstrará como um desejo que representa cem anos da vida humana resumidos em um instante, multiplicado por outros vários instantes resultará em um número incompreensível à razão humana devido sua extensão. Disso é possível compreender como um período, relativamente curto, de nove meses que é o prazo da gestação possa se tornar eterno. José Antônio Saraiva em seu livro “O Discurso Engenhoso” aborda também a questão da progressão geométrica:

E se quisermos saber como os OO da Virgem multiplicavam infinitamente o tempo, lembremo-nos da função do algarismo 0 que, acrescentando sucessivamente a um número, o faz cresce em progressão geométrica. A própria Natureza nos dá uma imagem disso através dos círculos concêntricos e progressivamente mais amplos que aparecem na água quando se joga uma pedra.

Nesse ponto de multiplicação dos desejos é usado outro símbolo que é o do OO. Basicamente, esse símbolo demonstra a multiplicação do Ó (desejo) de Maria que resulta em vários OO (desejos). Mas também, podemos concluir que representam o Imenso e o Eterno segundo o início da quinta parte do Sermão, porém, não se sustenta no restante da construção textual. O que de fato fundamental surge é que esse fator multiplicativo OO é a razão pela qual podemos entender o valor de um desejo. O Eterno não poderia se expressar em um período de apenas nove meses de gestação no ventre, pois o eterno não pode ser contável, mas o tempo sim. Uso, especificamente, no ventre para determinar apenas um dos locais em que passou o período da gestação, pois houve outro, que é o coração. Não podemos ignorar o fato de Maria ansiar por desejar seu filho, logo não haveria outro espaço senão o dito. Nesse espaço é possível ocorrer inúmeras multiplicações – por meio do OO - do desejo de Maria que propõe o Eterno estar contido no breve tempo de nove meses. Então, a razão que torna o Eterno limitar-se no tempo é o fato de o desejo ser igual ao Desejado – ou seja, Deus – e esse é o Eterno. Logo, entendemos o valor do desejo de Maria e seu crescimento exponencial.
Maria demonstrou o valor de seu desejo, porém houve outros que a precederam nessa motivação de ter Deus consigo que foram os patriarcas. Os patriarcas consistiram naqueles eminentes homens do passado bíblico, que pelo seu conhecimento da Verdade sobre as coisas de Deus, são divisores de água na condução das idéias divinas. Entre eles, podemos destacar Jacó, Davi, Moisés e Isaías. Cada um em seu momento introduziu na sociedade da época seu desejo, que de forma unânime era ter Deus consigo expresso de forma particular e a cada vez de maneira mais intensa. Uma relação não dita anteriormente e que convém apresentar agora é a do crescimento do amor, desejo e tempo proporcionalmente. O desejo não era movido por si só, era essencialmente impulsionado pelo amor, então conforme aumenta o amor de Maria por seu filho – ou seja, Deus encarnado - ou dos patriarcas pelo mesmo mais temos desejo e, consequentemente, a proporção entre tempo e desejo aumenta tornando o primeiro Eterno. Mesmo compartilhando um desejo de grande valia, os patriarcas e Maria se diferiram quanto ao tempo de desejar Deus consigo – porém, não confere menos valor a um em relação ao outro -, os primeiros desejaram por todo o período de suas vidas e Maria no breve período de sua gestação, mesmo sendo os dois períodos relativamente limitados confere-se o caráter de Eterno.
Um artifício de estrutura social que fica subjacente na idéia do “patriarca” é a do patriarcalismo. Relacionando elementos textuais com essa formação social temos na figura do homem bíblico a imagem do centro familiar, assim como no patriarcalismo. Nesse sistema, toda a família submete-se as regras da figura central do homem e o espaço de liberdade de expressão é, geralmente, censurado quando diretrizes diferentes do determinado são apresentadas. Outra característica que comprova tal afirmação é que Maria mesmo sendo a mãe de Deus não é denominada como um patriarca. Então o que pode ser depreendido é a questão do patriarcalismo, fruto da palavra “patriarca”.
Um ponto interessante que surge na leitura do Sermão é o uso das palavras “Esposa, Eterno, Verbo, etc”, com a letra inicial maiúscula. Esse emprego, quando comparado às idéias de Platão, demonstra a tentativa de atribuição de valor significativo às palavras, pois na Teoria do Mundo das Idéias existe um plano em que valores como o Bem, Belo, etc, são verdades em si. Logo, essas idéias de valor absoluto são usadas pelo catolicismo para valorizar seus dogmas e, assim como na Teoria do Mundo das Idéias, são lembrados pelas pessoas como o objetivo de suas vidas. O fato de relembrar tais significados imutáveis é validado em outra teoria de Platão, o da Reminiscência:

[...] se o adquirimos antes do nascimento e nascemos com ele, é porque conhecemos antes do nascimento e ao nascer tanto o igual, o maior e o menor, como as demais noções da mesma natureza. Pois tanto é válido nosso argumento para a igualdade como para o belo em si mesmo e o bem em si mesmo, a justiça, a piedade e tudo o mais, como disse, a que pusemos a marca de O próprio que é assim nas perguntas que formulamos como nas respostas apresentadas. A esse modo, adquirimos necessariamente antes de nascer o conhecimento de tudo isso.

Seguindo essa linha de raciocínio, Vieira nos apresenta o problema da certeza do desejo de Maria ser digno de assim ser designado. O bem é colocado como objeto da vontade e dependente de outros fatores, como o tempo e o afeto. Nesse ponto é estabelecida a seguinte relação: o bem quando é passado causa, naquele que o sente, o sentimento de saudade; quando é presente causa gosto; quando é futuro causa desejo. Explorando as relações estabelecidas, questiona-se, então, se o desejo de Maria era isso ou gosto por ter seu Filho, uma vez que era tão presente o bem que o tinha dentro de si mesma. Então, para desfazer a dúvida, Vieira nos apresenta o seguinte argumento, mas com as palavras de Narciso: “O que desejo, tenho-o em mim; e porque o tenho em mim, careço do que tenho”. Disso, entendemos que por mais presente que seja o presente ainda tem em si o elemento da ausência, pois aqui adotamos a perspectiva da visão incorporada na potência observadora. Sendo assim, se há algum elemento próximo a tal potência por mais que ela possa senti-lo ainda assim está ausente. Surge nesse momento o desejo de Maria em ter o ausente realmente presente, ou seja, em ter seu Filho não dentro de si, mas de forma que pudesse vê-lo. Logo, o bem era realmente desejo, uma vez que era ansejado a vinda de Deus em relação à dita presença de Maria ter o bem em si mesma. Confirmado o desejo de Maria, uma implicação lógica que surge é que Jesus também era desejo de Deus, mas sendo o último onipotente, onipresente e onisciente, deveria ser completo e não desejar nada mais. Porém, nos é explicado um aspecto importante, que Deus não estava só, já que tinha o Verbo consigo – ou seja, a determinação das ações dos homens -, assim como Maria, mas ainda sim necessitava de um equivalente comunicável que diferisse de sua essência própria. Em consequência, era necessária uma companhia, já que Deus é a felicidade e para ser feliz tem de haver o outro. Então, Jesus havia de ser a companhia de Deus justamente por compartilhar atributos únicos de Deus, porém diferenciar-se-ia na separação que ocorre na concepção do ventre de Maria.
Agora chegamos ao ponto em que tudo construído, demonstrado, exemplificado, etc, é usado para expor os reais objetivos do Padre Antônio Vieira. Ele nos conduziu pela trajetória da formação de Jesus no ventre de Maria para demonstrar o exemplo de vida a ser seguido, pois o resultado alcançado por ela fez-se elevar sua alma por ter assimilado características divinas. Nesse raciocínio, Vieira, sabiamente, coloca-se também como exemplo de elevação por desejar Deus acima de tudo, assim como os Patriarcas que o antecederam e a própria Maria. Nesse ponto, é significativo adicionar uma característica importante de Vieira durante sua vida eclesiástica:

[...] É alto o mérito que lhe advém dessa sua luta travada acima das suas limitações sacerdotais e pondo a humana condição antes de qualquer verdade pragmática ou dogmática.

Então, com tantos eminentes exemplos de vida a serem seguidos são desferidos os dois argumentos defendidos pelo padre, que são: todos devem incorporar Deus em si por meio da Eucaristia e, assim, alcançar o fim desejado de ter a presença de Deus consigo.

Literatura

Espero que esse trabalho possa ajudar alguem que efetue alguma pesquisa sobre literatura portuguesa ou mesmo sobre a obra. Foi muito trabalhoso pra fazer, no começo nem gostei do texto, mas depois de muito analisar e fazer um trabalho de pesquisa muito grande, o qual foi preciso minuciar cada mensagem que a obra trazia, no fim foi muito gratificante e acabei gostando muito da obra espero que quem não tenha lido crie algum interesse com o trabalho.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Literatura Goiana

Nunca fui de ler muitos livros, na verdade a partir de algumas experiências na infãncia criei uma certa aversão a literatura, porém meu curso me proporcionou um contato muito intimo com a literatura e tirou toda a aversão que eu poderia ter com essa arte. Agora vou participar da Bienal do Livro aqui em Goiânia e vou trabalhar com a literatura regional e o autor homenageado será Bariani Ortencio, por isso estou lendo o livro Ficção curta de Bariani Ortencio organizada pela professora da UFG Vera Maria Tietzmann Silva. O livro tras contos dos livros O que foi pelo sertão, Sertão- O rio e a terra, Sertão sem fim, Vão dos Angicos, Força da terra, Estórias de crimes e do detetive Waldir Lopes, Meu tio avô e o diabo e Estórias de muitas estórias. O conto é meu gênero literário predileto, mas não é só por esse motivo que o livro me chama a atenção, o que ele tem de melhor é a linguagem regionalista tão descriminada do sertanejo e a descrição do cerrado e dos seus elementos, a vida do homem de Goiás é fielmente retratada nos contos. Então indico esse livro aquelas pessoas que assim como eu, talvez no meu caso por falta de uma boa experiência literária, sentem falta da literatura que retrata nosso estado, nossa cultura, linguagem e nossas raízes.